Há uns tempos, ouvi dizer que um concurso de design premiava os membros do seu próprio júri. Recebi os mails, discuti o assunto no café e nas aulas. Fiquei sem saber a conclusão do caso. Feitas as contas, parece-me uma boa parábola sobre o estado do design gráfico nacional. Não conseguindo ver um palmo à frente do próprio nariz, dedicamo-nos – inocentemente ou não – a pregar medalhas no próprio traseiro. O design gráfico nacional é mesmo assim: cada designer fechado no seu cantinho, desconhecendo tudo o que se passa fora da sua rua, mas conhecendo – paradoxalmente – tudo o que se passa “lá fora”. Por cá, um quilometro até podiam ser mil e o design português permanece num nível estritamente local, quase de bairro, excepto três ou quatro nomes com “provas dadas”.
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