Esta semana, tive conhecimento de outro daqueles escândalos que assolam regularmente o design gráfico: veio a lume um trabalho realizado para o Estado – neste caso, o site e o estacionário da comemoração do centenário da República – e toda a gente ficou escandalizada com quanto dinheiro aquilo custou – 99.500,00 € e 90.000,00 €, respectivamente – e bradou-se aos sete ventos como o serviço não valia isso. No caso do site, o único destes trabalhos a que tive acesso, só posso dizer que realmente não vale tanto – ou se vale, só posso especular que um site realmente bem feito iria custar bem para cima de 1.000.000 €.
Novembro 23, 2009 • 1:56 pm 0
“Outra vez te revejo”
Em Dezembro, vão finalmente reeditar Lisboa, Cidade Triste e Alegre, o livro de Costa Martins e Vítor Palla. Segundo o Público, a nova edição, da responsabilidade de José Pedro Cortes e André Princípe, está a ser impressa numa Heidelberg Speedmaster na Guide Artes Gráficas em Odivelas.
O artigo do Público – cujo título é significativamente “Para reeditar este livro até a tinta teve de ser inventada” – ilustra bem a dificuldade de reproduzir um livro publicado originalmente nos anos 50, dando a entender que o livro impresso, apesar de ser um dos primeiros objectos reproduzidos em massa, tem também a sua aura benjaminiana, não por ser um objecto único, mas pela configuração que dá origem a uma determinada edição ser única. Este fenómeno é particularmente visível nas reedições dos livros de design, onde cada nova versão se torna bastante diferente das anteriores – as várias edições de Pioneers of Modern Typography demonstram-no bem.
Pdf de Lisboa, Cidade Triste e Alegre aqui.
[Obrigado ao Pedro Nora pela dica]
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Novembro 20, 2009 • 11:57 am 1
No Ípsilon
Publiquei hoje no Ípsilon uma recensão à exposição “É proibido proibir!”, patente no Mude.
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Novembro 19, 2009 • 12:54 pm 8
Tudo e Mais Alguma Coisa
Quando se escreve a crítica de um livro costuma ser boa estratégia lê-lo até ao fim. Há no entanto excepções: pode ser tão mau que nem sequer mereça ser acabado; pode também ser um dicionário, uma enciclopédia ou aquilo que se costuma designar por “obra de consulta.” Neste caso, avaliar a sua qualidade tem tanto a ver com o seu conteúdo – que pode ser medida lendo amostras aqui e ali –, como com o modo como está estruturado.
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Novembro 12, 2009 • 7:22 am 1
A Michaeljacksonificação dos Jornais
Há pouco tempo tive a sorte de ainda encontrar à venda um número dos Wednesday Comics, uma antologia editada pela Dc Comics, impressa em papel de jornal no formato broadsheet – o mesmo do antigo Expresso.
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Novembro 5, 2009 • 10:00 pm 13
Design Unobserved
Deixei de ler o Design Observer. Fi-lo devagarinho, sem pensar muito no assunto, ainda antes da última remodelação. Quando me apercebi que já não o lia, fiquei um pouco perplexo. Há dois ou três anos, era daquelas coisas que eu fazia sempre. Era o blogue que eu abria por defeito, antes mesmo do meu próprio. Mais do que uma fidelidade, era um vício – embora não um mau hábito.
A escrita costumava ser boa, os assuntos pertinentes, os pontos de vista polémicos. O público reagia comentando os posts quase sempre de modo ponderado e consequente. Havia muitas discussões arrebatadas que nunca resvalaram para a inconsequência. Era comum ver os nomes mais conhecidos do design a cruzarem opiniões com o comum dos anónimos. Por tudo isto, e durante um período de dois, três anos foi “o” site.
Mas aquilo que tornava o Design Observer inevitável acabou por o destruir. Era o melhor blogue porque não chegava bem a ser um blogue. No fim, deixou de o ser e com isso perdeu o interesse.
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