Dentro da chavonística nacional, uma das ideia mais curiosas é que (exceptuando o funcionário público) nunca tivemos uma classe média a sério. O “argumento” segue, gabando as virtudes dos países onde há realmente uma classe média e que isso demonstra a agilidade da economia, a mobilidade social, a participação cívica, etc. Seria portanto necessário criar aqui essa tal classe média a sério. Mas, infelizmente, a classe média actual, mantida artificialmente pelo Estado, estaria a ocupar o lugar da verdadeira classe média, assim deve-se eliminá-la para que a nova apareça. Não interessa muito que a nível global a classe média esteja a desaparecer, e que esse desaparecimento esteja ligado à erosão sistemática do Estado, e que como consequência da degradação dessa tal classe média a desigualdade social esteja a crescer (a desigualdade é, por definição, a eliminação de escalões intermédios de rendimento). Portanto, a estratégia acaba por ser eliminar a pouca igualdade que vamos tendo em nome de uma que talvez venha.
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o que quer dizer o termo “chavonística”?
Panóplia de chavões