Mais uma vez o Público vai mudar de aspecto, quase cinco anos depois da última renovação. A notícia fala de “grafismo” e não de “design” e se já me queixei deste arcaísmo no passado, hoje eu próprio já começo a ficar impaciente quando vejo a palavra “design” aplicada à comunicação e significando uma postura editorial mais ligeira e visual do que profunda ou até minimamente interessante. Cada vez gosto mais dos grandes ensaios da Believer ou da New Yorker, dos artigos e opinião do New York Times que não costumam ser resumos ou bitaites. Não consigo deixar de me rever, portanto, nas intenções dos editores do Público:
“Há cinco anos, pensámos num jornal com dois tempos de leitura — a leitura rápida no primeiro caderno e a leitura mais demorada no P2 e nos suplementos. As alterações entretanto ocorridas levam-nos a adequar esse modelo ao tempo de hoje, aplicando ao jornal no seu todo o conceito que começámos a testar há oito meses nas edições de domingo: um jornal diário que aposta na leitura aprofundada e nos géneros nobres do jornalismo. Hoje, os leitores querem encontrar no jornal impresso mais do que já viram e leram no dia anterior na Internet e na televisão.”
Resta, como é evidente, ver se o novo grafismo dá certo.
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