Já é nesta sexta às seis e meia, a quinta (e penúltima) conferência do ciclo que estou a dar na Culturgest. Esta é sobre o Boletim Informativo da Gulbenkian e sobre os Bulletins of the Serving Library. Abaixo, deixo o primeiro texto que escrevi sobre o Boletim, já há uns tempos.
Estas são talvez as capas mais minimalistas do Boletim Informativo, editado desde 1960 pela Fundação Calouste Gulbenkian, ao longo de oito séries e sob uma variedade de nomes distintos.
Dele, só tenho estes dois números, que encontrei por um euro cada na Feira da Ladra de Lisboa. São coisas baratas, agrafadas, em papel lustroso, mas com uma dignidade gráfica que me tirou a respiração, impressionando-me mais do que muita publicação actual com mais foguetório.
Não me espantava se andasse por aqui o dedo do Sebastião Rodrigues ou até do Victor Palla, dadas as semelhanças de muitas das capas da segunda série do Boletim, construídas sobre reenquadramentos dramáticos de fotografias ou pinturas a preto e branco, com o género de linguagem usada no Lisboa, Cidade Triste e Alegre.
Também não tenho dúvidas que o entusiasmo que tenho por estas revistas não seria possível dez anos atrás. Ainda me lembro da má impressão que me deixaram os primeiros números da Dot Dot Dot, por me parecerem publicações feitas num Seminário (daqueles com Padres e seminaristas) ou newsletters duma biblioteca de província. Muita da edição experimental contemporânea da última década usaria como modelo precisamente este género de publicações, produzidas rapidamente, com pouco dinheiro, através de métodos de impressão menos nobres, de gráfica fanhosa, copipronto ou escritório (ou então simulando tudo isto), uma estética que me iria conquistar rapidamente. A continuação da Dot Dot Dot, entretanto encerrada, viria a chamar-se precisamente Bulletins of the Serving Library, um descendente óbvio de Boletins como o da Gulbenkian.
(Todos os Boletins estão disponíveis online em PDF).
Filed under: Crítica, Cultura, Design, História, Publicações
Viva,
Ontem quando mencionou na conferência que hoje em dia dificilmente se encontram telemóveis simples que cumpram apenas o básico, fazer chamadas, pensei de imediato nestes e lembrei-me de deixar aqui o link, caso interesse:
https://www.johnsphones.com/eu/en/
Aproveito também para referir que tem sido um prazer seguir as suas conferências. Confesso que começo até a sentir uma certa nostalgia com o aproximar do final do ciclo mas foi bom enquanto durou 🙂 Obrigada pela partilha de conhecimentos.