Há uma coisa que eu não suporto, que me faz ranger os dentes e perder a paciência bastantes vezes, que é mostrar um livro ou uma revista a alguém, que à minha frente, mecanicamente e sem pensar muito no assunto, lhe destrói a encadernação, abrindo as páginas até à cola (ou mesmo as costuras) estalarem. Por vezes pousam o livro ou a revista numa mesa e vincam a a abertura com a base do punho como se estivessem a passar a ferro. Mesmo uma boa encadernação não recupera disto. Se o livro é brochado, o mais provável é quebrar pela lombada e ficar com páginas soltas.
Nem vale a pena chamar a atenção para isso, porque em geral a resposta é perguntarem-me se eu quero que leiam o livro todo fechado. Não: só quero que o leiam com cuidado. Ai, mas faço isto sempre. Aos teus, podes fazer o que quiseres. Ai mas os livros são feitos para serem usados. Não de qualquer maneira.
Em geral, nenhum destes reparos tem qualquer resultado. Tivesse eu um carro, provavelmente teria mais sucesso a pedir que não me batessem a porta com força. É a mesma coisa: ao usar algo que não nos pertence, deve-se ter cuidado por defeito. Se não compreendemos bem porquê, a tolerância com a preferência de quem pagou por aquilo deveria ser a regra.
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eu tenho a mesma “cisma”, se assim lhe podemos chamar.
prezo muito as minhas coisas e, sinceramente, cada vez gosto menos de as emprestar…
Caro Mário, consigo perceber perfeitamente o que descreves, até porque também me faz alguma confusão a falta de alguma sensibilidade na maneira como algumas pessoas manuseiam os livros. Mas gostaria de te deixar a minha experiência, sobre a forma correcta de se produzir um livro – seja ele brochado ou de capa dura – sem termos aquelas sensações desagradáveis, quando por exemplo abrimos um livro mais do que o desejável. Primeiro devemos ter a consciência de que um livro é feito para ser consumido e para ser durável, ou seja, deve ser bem construido de forma a ser confortável e resistente. Nesse sentido existe uma espécie de triângulo, ou de três factores fundamentais na forma correcta de o produzirmos: Primeiro a relação correcta entre formato, tipo e gramagem do papel; segundo, o sentido de fibra do papel é fundamental que seja paralelo à lombada; terceiro, a cola deve ser cola a frio e não cola a quente. Se estes factores forem respeitados, não terás problemas em abrir bem um livro sem o danificares, e aquele barulho desconfortável da cola a estalar desaparece. Infelizmente, a maioria das nossas gráficas, têm dificuldade em acompanhar este tipo de acabamento, que torna sem dúvida alguma, a longevidade de um livro equilibrada. Ab
Eu compro muito pocket, daqueles bem baratinhos sabe? Mas sempre que termino de ler fico decepcionada, eles ficam horríveis!!! Mesmo tomando cuidado… Uma pena.
O último livro que eu emprestei estava novinho, é pocket mas peguei uma edição boa.. quando ele voltou, nem consegui disfarçar, fiquei chocada. COMO ASSIM???
Fala sério, voltou todo destruído.
Nunca mais empresto!
Eu tava pensando se tem algum jeito especial de abrir o livro, ou se eu sou muito desajeitada mesmo, mas acho que deve ter algum truque que eu não sei hahaha
E eu pensei sobre isso ontem, porque estou com uma edição linda do The Secret Garden, mas é tão sensível, tenho certeza que vai estragar…
Abraço.
Espera até um dia te devolverem um livro em fascículos, mas literalmente, porque não dava jeito nenhum andar com o livro inteiro quando só se ia ler um capítulo. Medoooo.