A ver na RTP Memória Alexandre Melo, Clara Ferreira Alves e – acho eu – Edson Athayde a falarem sobre crítica em 1997. Melo com um grande blazer enchumaçado e camisa abotoada até cima sem gravata. Tudo em tons saturados. Perguntam-lhe como se torna conhecido um artista. Fala de galeristas, de compradores, do mercado, de como o crítico nem tem assim tanta importância. Espero um pouco e nada. Voltam a falar do mercado e dos galeristas. Outra vez dos críticos. Mas nada de comissários. Não se falava disso em 97.
Agora, são tão inevitáveis como um iPhone. Se há algo que demonstra a sua inevitabilidade é a contradição de se dizer que sempre houve comissariado (desde os anos 60, pelo menos), ao mesmo tempo que se diz que há demasiado comissariado (jantares comissariados, conversas comissariadas, facebooks, tumblrs, etc.)
É o mesmo que se dizia do design quando Hal Foster agourou sobre a designificação do mundo, de como tudo, desde os jeans aos genes, era design. Não podia adivinhar que o próprio mundo da arte haveria de fornecer o sucessor do design como termo irritantemente vago: a curadoria ou comissariado.
Se o design implicava uma reorganização elegante e talvez tecnológica dos objectos, a curadoria implica apenas uma escolha, uma selecção, a ideia que se pode produzir um discurso articulado, um argumento, através da mera escolha ou gestão, nem sequer um consumo, o que implicaria gastos ou investimentos, mas apenas uma pura ciência do gosto, tornada independente do acto de gastar dinheiro, das instituições, dos governos e do resto. No fundo, no fundo, uma arte.
Bom dia
Me chamo Tatiana e faz uma semana te enviei um convite para participar de uma campanha publicitaria em Portugal. Volto a escrever para saber se nao tem interesse.
Caso queria saber as informações basta me enviar um email. Espero poder contar contigo, já que seu blog tem o perfil do que busco. Já alerto que isso não se trata de um SPAM
Abraços,
Taty