Hoje, no Público, uma boa reflexão de António Pinto Ribeiro sobre o luxo e a luxúria (ainda sem link aberto), que me parece muito atempada. Da minha parte, incomoda-me um discurso que apela à austeridade e às virtudes da pobreza, enquanto se associa ao luxo e à exclusividade – a austeridade como trocar menos de carro, etc. Há qualquer de fundamentalmente errado e injusto quando se fala de pobreza e empobrecimento nas primeiras páginas dos primeiros cadernos e se promove o luxo nas revistas das mesmas publicações. Demasiadas vezes, chega-se mesmo à ironia de fundir pobreza e luxo num mesmo objecto: vendendo símbolos da pobreza forrados a ouro, sardinhas gourmê, panelas montadas em forma de sapato de salto alto, etc. É uma mentira que se objectificou – hipocrisia no estado sólido.
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