A história é conhecida. Peter Saville queria usar uma reprodução de um quadro de Fantin-Latour na capa do disco, mas não se sabia bem quem detinha os direitos de autor. Pressionado por Tony Wilson, o director da National Gallery respondeu que pertenciam ao “povo inglês” ao que Wilson respondeu que o povo inglês queria mesmo usá-la na capa de um disco. Se a história tem piada, se é subversiva, é porque pouca gente se lembra de usar o que é público literalmente, como se fosse realmente nosso. Cada vez que entregamos dinheiro ao Estado em impostos ou segurança social, estamos a investi-lo, quase como se o puséssemos num banco. Se algum dia fizermos como Wilson e formos levantar esse dinheiro, ou pelo menos usar aquilo em que ele foi gasto, será que ainda vai lá estar? O nome do disco dá talvez uma pista.
Filed under: Crítica, Cultura, Design, Política, Prontuário da Crise
Comentários Recentes