Hoje renovei a minha assinatura do Público, um jornal que leio desde o primeiro dia. Habituei-me a tê-lo, pouco depois da meia noite, na sua versão electrónica. Mas, nos tempos que correm, não basta pagar por um serviço, é útil dizer porquê, porque uma assinatura pode ser usada como um voto de confiança, um apoio incondicional, e o meu apoio é tudo menos isso. Há algumas coisas que gosto no Público; há muitas outras que são fracas. Gosto da cobertura económica e política da crise. Não gosto da cobertura da cultura, que tem sido muito superficial, centrada em Lisboa e em grandes instituições. Nas artes plásticas, a única coisa que separa a crítica da nota de imprensa são umas tantas estrelas. A crítica literária, cinematográfica e musical é um pouco mais acerada, mas mesmo assim não chega. Sejam mais inventivos. Falem de outras coisas. Façam de conta que estamos em crise. Não falem só de política quando aparece um artista “politico”, de feminismo quando vos aparece uma “feminista” ou de pós-colonialismo a propósito dos Palop. A função do crítico não é falar pelo artista ou pela instituição. Sei que não há dinheiro, e sei que despediram gente. Foi uma asneira. Nota-se que pioraram.
Filed under: Crítica
Comentários Recentes