Primeiro pensamento do dia: 25 de Abril é ter que ir ao google verificar se o 1º de Maio ainda é feriado.
Segundo pensamento do dia: desde o último 25 de Abril, começou-se a discutir mais despudoradamente se o 25 de Abril foi bom ou mau, isto a propósito da polémica entre o historiador Rui Ramos e Manuel Loff. Que a ditadura quase não o era. Que nem destoava das democracias mais musculadas. Que a Guerra Colonial foi um motor de desenvolvimento. Apesar das mortes e massacres. E outras alarvidades do género.
Terceiro pensamento do dia: Vivemos neste momento numa interrupção temporária da democracia. Onde toda a formalidade das instituições democráticas funciona como uma engrenagem bem oleada, mas a sensação que fica é que se está a usar um relógio para picar carne. Alguns iluminados propunham que se suspendesse a democracia por seis meses; neste momento, a suspensão de democracia dura o tempo de um mandato legislativo. Oito vezes mais. E no papel ainda se chama a isso democracia.
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Um resumo cru da realidade que vivemos.