Não sei se é impressão minha, mas parece-me que anda tudo bastante mais impaciente, do lado dos comentadores que mais aprecio: Pedro Lains faz uma lista certeira e alargada dos responsáveis por esta confusão (vejam se descobrem lá no meio o José Manuel Fernandes); Pacheco Pereira sugere a Poiares Maduro que, se quer realmente melhorar a democracia, demita-se; até lá para as Américas, Paul Krugman lamenta que embora as políticas de austeridade tenham falhado em toda a linha, isso acaba por não fazer diferença nenhuma em termos de política concreta, onde continuam a ser levadas a sério, sobretudo se falham; António Pinho Vargas dizia hoje no facebook que tinha voltado a ter vergonha de Portugal, uma vergonha semelhante à que tinha sentido durante a ditadura. Diz, e bem, que não basta ter razão.
É evidente: o debate político desgastou-se porque já só se parece com um debate político.
Se as ideias do governo não funcionam, simplesmente falham, continuam a ser postas em prática como se nada fosse. Não adianta apontar as falhas, as desgraças. Já sabemos que continuarão a fazê-las. Passos até já diz que se for derrotado nas autárquicas isso não é razão para se demitir. Nada já é razão para se demitir.
Portanto fica-se impaciente. Já não se tem muita pachorra para nada que não vá direito ao assunto. Até para o dia-a-dia, para o expediente, já não há paciência nenhuma.
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