Há quase dois anos, quando a barragem do Tua pôs em risco o estatuto patrimonial daquela região, o então Secretário de Estado Francisco José Viegas teve a ideia – vamos chamar-lhe isso – de convidar o arquitecto Souto Moura para projectar a barragem, acrescentando que se ia “pigmentá-la” para diminuir o seu impacto. Na altura comentei no Facebook:
“Enterra-se os cabos, chama-se o Souto Moura e pigmenta-se a barragem. Sugiro um padrão de camuflado à comando ou então uma daquelas pinturas a imitarem uma estrada que apareciam no Coyotte e no Papaléguas. Ou então chamem a Paula Rego ou a Joana Vasconcelos para lhe pendurarem uma alheira gigante feita de declarações de impostos. Ou coisa assim.”
Também brinquei que ainda iam chamar Cabrita Reis para a pigmentação e nem quinze dias depois soube que ele já estava a tratar do assunto. Dois anos depois, a Joana Vasconcelos junta-se à festa. E não devia ser surpresa nenhuma: em mais do que uma ocasião já tinha dito que a cultura das barragens e a Joana Vasconcelos eram efeito de uma mesma arte de regime (e ainda o fiz nos seminários Unipop).
E, já agora, roteiros de “arte pública”? Tenham é juízo.
Filed under: Crítica
http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=embalagem
Ou então é para a fotografia: