Hoje li isto no Público, e é do mais grave que tem vindo a lume nos últimos anos:
“Ao PÚBLICO, várias fontes europeias envolvidas no actual programa de ajuda falam da elevada probabilidade de um novo programa e sublinham que um eventual segundo resgate a Portugal será ainda mais duro do que o actual em termos de exigência de redução das despesas públicas e reformas económicas.
Este endurecimento resulta em grande parte da perspectiva das eleições legislativas de Junho de 2015, que levará as instituições da troika e os governos do euro a concentrar o essencial do ‘trabalho de casa’ no início do programa. As eleições ‘serão um elemento determinante’ na definição de um eventual novo resgate, referiu uma das fontes ou- vidas pelo PÚBLICO.
A lógica subjacente a esta opção é que, não sabendo o que acontecerá a seguir a Junho de 2015, os credores quererão garantir o cumprimento das medidas do programa com o actual Governo. Portugal também enfrentará uma alteração drástica do estado de espírito dos governos do euro, que até há pouco demonstravam uma boa vontade inabalável relativamente a um país que era visto, tal como a Irlanda, como cumpridor dos compromissos.”
O que se confirma efectivamente aqui é que um segundo resgate é o que interessa às instâncias de decisão europeias, bem como às nossas “elites”, porque ao contrário de um programa cautelar, um resgate obriga Portugal a cumprir o “trabalho de casa” se quer continuar a receber “ajuda”.
E para esta gente será necessário alcançar esse resgate o mais depressa possível porque durante ou depois das eleições já não se sabe o que poderá acontecer, e portanto é urgente privatizar o mais possível até lá, retirando com isso recursos e decisões do domínio público. O objectivo é que, chegadas as eleições, façam tão pouca diferença que nem se notem.
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