Há uns anos, um artista lamentava que, um ano depois de ter exposto numa das maiores instituições portuguesas, ninguém o convidava para mais nada. Um amigo meu disse-lhe que não admirava: tinha batido no tecto, o que acontecia muito depressa por estas bandas. Atinge-se a consagração rapidamente e depois não há nada que não soe a passo atrás.
Há quem diga que o processo devia ser mais lento e cuidadoso. Não vejo porquê. Nem acho mal. O nosso ambiente artístico funciona assim. É comum o artista com exposição individual ou retrospectiva numa grande instituição expor (às vezes ao mesmo tempo) num exposição colectiva de vão de escada com alunos que ainda não terminaram o curso. Num meio pequeno, é possível a mesma pessoa ser artista, comissário, aluno, professor, director, galerista, crítico, sucessivamente (ou ao mesmo tempo).
O único cuidado a ter num ambiente destes (se houver essa preocupação, claro) é tratar bem os outros no caminho para cima; é muito provável voltar a encontrá-los no caminho para baixo.
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espero bem que o artista elitista e snob tenha acabado de vez…
[…] pelo menos da sua carreira): ser um artista bem ou mal sucedido em Portugal é quase a mesma coisa; mal se nota a diferença. Portanto, nunca percebi porque se pensa tanto na carreira, porque não se arrisca mais. Sobretudo […]