Não posso falar quase nada sobre o assunto, porque ainda não está pronto, ainda eram só imagem num ecrã, páginas com fotografias cinzentas. Algumas ainda tinham pormenores fora do sítio, que arranhavam, outras cortavam a respiração. Davam o tal murro no estômago. Era bom design, feito por uma artista plástica, não para um cliente, para um serviço para o comércio. Foi um privilégio vê-lo.
Na avaliação do design, tenho procurado sempre começar pelo objecto. Evito vê-lo como o resultado de uma negociação entre um designer e um cliente, porque todos os objectos culturais são negociações entre muito mais protagonistas. Acreditar que a relação entre um designer e um cliente as resume seria ingénuo. Um designer não negoceia só com o cliente mas com a sua formação, com os seus colegas, vivos e mortos, com a história, com a tecnologia, etc.
Mesmo depois de pronto, o trabalho continua a ser disputado e negociado. Se não o é, é porque foi esquecido.
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