Duas histórias rápidas sobre nunca parar de chover.
1) Outro dia, subíamos Santa Catarina no Porto, trovejava muito perto e entramos no takeway japonês mesmo antes de começar a chover ruidosamente. Um quarto de hora (no máximo) depois saímos e estava tudo coberto de bolas de granizo, uma camada deslizante de gelo, que os portuenses não perderam tempo a confundir (como de costume) com neve: na esquina com a rua da Cunha com Santa Catarina estava um caralho de gelo, muito perfeitinho com uns 30 cms de altura, esculpido agilmente e sem prejuízo da qualidade nos dez minutos depois dos pedregulhos terem parado de cair. Não fotografei porque tive medo de molhar o telemóvel. Os portuenses estão mesmo preparados para tudo: quando deus te dá limões, faz um caralho.
2) Depois de duas semanas disto, dei por mim a pensar enquanto andava ensopado de chuva miúda no autocarro: será que se pode culpar o Passos Coelho por esta água toda? Se calhar, o aquecimento global, etc. Mas nem é preciso ir tão longe. Numa realidade alternativa onde Portugal não está a ser assolado pelo Passos é bastante provável que o tempo seja igualmente mau, mas as pessoas andam felizes felizes, assim a dançar à chuva e a bater os calcanhares como o Gene Kelly.
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