Não sei se foi a crise, mas já não me lembro da última revista recente de “estilo de vida” que comprei (ou até folheei). É possível perceber o que se passa pela internet, nos blogs de moda de rua e não só. Talvez por isso, ando mais sensível ao que se fazia noutros tempos. Por exemplo, de visita a casa dos pais dei com umas Interview do começo da década de noventa e em particular com estas páginas de moda escritas e ilustradas por Michael Roberts.
Habituámo-nos a ver a moda em fotografias, quando muito através dos esquissos do designer, mas um artigo como este, onde alguém tentava perceber o espírito e as possibilidades de uma colecção, percebe como a ilustração pode ser um instrumento crítico poderoso. Não tem o carácter imediato da fotografia; isola pormenores e estratégias; é sintética e argumentativa.
Por outro lado, se calhar já não se vê tanta ilustração porque boa parte da fotografia de moda é ilustração, fotomontagens discretas produzidas e retocadas no photoshop. Aqui também, a vantagem da ilustração é que não engana ninguém.
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