Pensamentos avulsos (já tinha deixado o segundo ponto no facebook):
1. “Tolerância” tem (ou devia ter) um sentido muito literal: não é preciso gostar, não é preciso apoiar, basta tolerar, suportar. É o mínimo que se pede. Se alguém faz um cartoon ofensivo, racista até, islamofóbico, sexista ou o que seja, responde-se com outro cartoon, ou com um texto, ou com uma manifestação. Se a ofensa é muita apresenta-se queixa na justiça. Resolver a coisa a tiro (ou a murro ou afins) é que não é tolerável.
2. Pode-se chorar, lamentar, prender, julgar e condenar, mas só lhes será feita a devida homenagem, a verdadeira justiça, no momento em que alguém fizer, cedo demais, e grosseira demais, a primeira piada de mau gosto sobre eles e sobre quem os assassinou.
3. Acho piada que por aqui pela Europa se lamente o atentado, se fale da liberdade de expressão típica das sociedade ocidentais, enquanto se fecham redacções a torto e a direito e se precariza a profissão de jornalista ao ponto da irrelevância. Se há tantos jornalistas a serem mortos, decapitados, ultimamente é porque na sua maioria são freelancers, sem qualquer tipo de estrutura ou segurança que os apoie. Querem fazer da liberdade de expressão um cavalo de batalha? Experimentem pagar melhor a quem faz disso uma profissão.
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