Um engano é uma coisa. O engano torna-se numa mentira quando, depois de apontado, é mantido. Pelo que percebo, é comum nos jornais portugueses fazer-se isso: publicar-se um erro e insistir-se nele, promovendo-o assim a mentira. É um hábito cobarde que assenta na confiança do público, traindo-a. Chateia ver isso à direita, chateia ver isso no Trump, mas chateia bem mais ver isso à esquerda.
Boaventura Sousa Santos publicou um artigo de opinião sobre a Venezuela com erros factuais graves, que qualquer pessoa pode verificar. Descreve Juan Guaidó como sendo «membro de um pequeno partido de extrema-direita, Voluntad Popular». Ora, esse partido está filiado na mesma Internacional Socialista que o Partido Socialista português. Diz também que Henrique Capriles, o mais conhecido líder da oposição venezuelana, afirmou que o «Presidente-fantoche Juan Guaidó está a fazer dos venezuelanos “carne para canhão”». Na conta de Twitter e no site de Capriles, a história é diferente – título de um dos posts: «Maduro: ¡reconoce a Guaidó!»
Se é um engano é grave, se é deliberado, a desinformação é grotesca.
Filed under: Crítica
Comentários Recentes