Em 1931, um jovem neuropsicólogo russo chamado Aleksander Romanovitch Luria viajava em direcção às então repúblicas soviéticas do Uzbequistão e do Quirguistão. Na sua bagagem levava um conjunto de cartões impressos com quadrados, círculos e triângulos, bem como desenhos simplificados de utensílios de lavoura e veículos rurais. Por sugestão do seu professor e amigo, o psicólogo Lev Vigotsky, tinha concebido um conjunto de experiências, entrevistas e observações, a realizar entre as comunidades rurais da Ásia Central. O objectivo era averiguar a forma como a cultura, a linguagem, e até a própria consciência se reestruturavam com a alfabetização. Embora os resultados só fossem publicados em 1974, mais de quarenta anos depois, a experiência de Luria iria contribuir para pôr em causa a crença, central durante o modernismo, na universalidade das formas geométricas regulares.
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