Tinha pensado dedicar 2023 à imagem no design. Pouco fiz. Só na segunda metade do ano retomei as leituras nessa área.
Acabei a investigar o caso da História do Design Gráfico em Portugal, do qual saíram muitíssimo mal os parceiros que lançaram cá para fora uma obra com um ror de problemas. Para os resolver, reeditaram-na ainda com um ror de problemas. Acompanharam-na com uma sucessão de desculpas indignas. Ficou mal o jornalismo (o jornal que lançou a coisa), a edição (a editora que, face à “escassez de papel”, conseguiu ainda assim soltar a coisa no mundo), a academia (a instituição académica que também editou a coisa), e, abaixo destes todos, o design como disciplina. Décadas de suposto rigor científico, de discussões sobre ética e crítica, redundaram em silêncio, se não cumplicidade.
(Confesso que me parece pueril todo o rasgar de vestes em torno da vinda da inteligência artificial, quando pouco se está disposto a fazer em relação a problemas perfeitamente artesanais como os da HDGP.)
Aos que meteram a cabeça fora do buraco neste caso, aos que falaram, aos que se indignaram em público, aos que ajudaram, à equipa, a todos, enfim, que, na Hora H, estiveram lá: “We few, we happy few, we band of brothers.”
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