The Ressabiator

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Se não podes pô-los a pensar uma vez, podes pô-los a pensar duas vezes

O Photobook Infantil

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Nos últimos dez anos o photobook tem sido um formato na moda. Têm-se multiplicado as publicações sobre o assunto, os artigos, as teses e os próprios photobooks, cujo preço, de novos e velhos, tem atingido valores astronómicos. Mas se a procura é muita e a produção maior, ainda assim os seus temas são poucos: documentário, denúncia política, sexo, glamour, ruína. Tudo temas que poderíamos adjectivar como “adultos”. Leia o resto deste artigo »

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O Futuro das Artes

Há umas semanas, dizia eu que para se perceber o futuro das artes em Portugal era uma boa ideia olhar para a cena do Porto durante a última década, uma economia cultural abandonada – pelos financiamentos, pelos media, pelas grandes instituições – e que encontrou uma identidade e uma saída a produzir dentro do contexto da viagem low-cost, que lhe traz um público de turistas internacionais, mas permite também a circulação de objectos e artistas. Neste contexto, percebe-se bem como a música, a comida, a roupa e a ilustração, formatos portáteis por excelência, ganham protagonismo. O melhor exemplo será talvez o livro de ilustração: pequeno, cabe numa mochila, agrada a crianças mas também a adultos, incluindo aqueles que não falam bem a língua.

Pois bem, podemos confiar no nosso governo para f***r tudo, com particular perigo para o que esteja a funcionar bem: a venda da ANA arrisca-se a dar cabo desta cena toda muito rapidamente.

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Adagios / Maxims, Paulo de Cantos

Desde que o António Gomes me tinha mostrado um durante as Jornadas Cantianas que andava atrás dele. Por razões óbvias: a árvore de linguagens na capa, impressa a três cores (cliquem para ampliar); a leitura dupla, de cima para baixo e de baixo para cima, etc. Paulo de Cantos no seu melhor.

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Ípsilon

Havendo tanto ilustrador de qualidade por aí, o que levou o Público a pôr isto na capa do seu suplemento cultural? E ainda por cima a assinatura do autor da coisa, no canto inferior esquerdo, consegue ser maior que o texto dos destaques. Não costumava haver por aqui um director de arte?

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Jato de Tinto

É uma gralha que apanhei num texto antigo e que deixei ficar, porque achei bonito: dava um bom nome para uma tasca urbana para designers, com wifi, hipsters e tudo, daquelas que vão invadindo loja a loja os rés-do-chão do Porto, transformando antigas pastelarias e livrarias em versões irónicas de si mesmas, vendendo ainda bolos ou livros, mas um pouco de esguelha. É uma cidade que tem ficado mais triste e mais alegre do que Lisboa alguma vez foi; triste para quem vive, embriagante para quem passa – no sentido mais literal. Como ainda vivo cá, cabe-me achar que  as coisas vão piorando.

Não tem havido muito design que me estimule. Nada de grandes cartazes, revistas ou eventos.

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Semana da Ilustração no P3

Ao longo da próxima semana, vai sair um conjunto de reportagens no P3 sobre ilustração e ilustradores no Porto, incluindo uma crónica deste vosso crítico.

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Pelas Paredes

Ainda é possível encontrar estes cartazes espalhados pela baixa do Porto. Colados na parede, impressos em papel grosseiro, acastanhado, parecem fazer parte do granito, a textura dos desenhos e cor do papel aproximando-se à da rocha, o que só torna mais forte o seu impacto. A imagem é ambígua e – talvez por isso – mais forte, os dedos contorcidos a parecer que tentam fazer uma figa que é também um cifrão. Poderá haver outras interpretações mas é o cartoon político perfeito, o comentário perfeito à economia retorcida da crise que encontra o seu lugar numa parede e não num jornal ou numa revista – o que não espanta, porque a ilustração tem abandonado as publicações de papel e o que vai sobrando é decorativo, não fazendo mais do que servir de contraponto ao texto.

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Primeiro de Maio, 1979

Quando há muitos textos atrás tentei definir quais as características de um bom ilustrador “clássico”, daqueles que produzem desenhos para livros, jornais ou revistas, defendi que deveria conseguir adaptar o traço às características do sítio onde os seus desenhos aparecem, a espessura e recorte do contorno deveriam, por exemplo, ecoar o da tipografia, a sua textura deveria adequar-se à do papel.

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Silhuetas

Tirei-o da estante do alfarrabista à última da hora, quando já estava a pagar, pelo contraste extremo da lombada fina que me fez lembrar a do Printers and Designers. Com o desconto que me fizeram é provável que tenha sido gratuito – não sei, porque trouxe mais dois livros.

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Punk

Para mim, o Punk há-de ser sempre uma coisa mais visual do que sonora, mais americana e francesa do que inglesa. As razões para isso são simples: conheci-o através da  banda desenhada e não do gira-discos, de revistas como a (A Suivre), Animal ou Tintin, onde um desenho da autoria do colectivo francês Bazooka seria a primeira imagem do Punk a deixar-me uma impressão duradoura, chocando-me mais pela novidade violenta do traço, que já em 1978 dava a entender o estilo gráfico dominante da década seguinte, uma mistura pós-moderna de contornos grossos, tramas de impressão ampliadas e rastos estilizados de movimento.

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Notas Breves

No Ler BD do Pedro Moura, um ensaio em resposta ao meu texto “O Que é uma Ilustração?” que vale a pena ler.

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O que é uma ilustração?

Recentemente, escrevi um texto em circunstâncias pouco habituais: o Júlio Dolbeth e o Rui Santos, meus colegas nas Belas Artes do Porto e donos da Galeria Dama Aflita, dedicada à ilustração, pediram-me um texto que servisse de tema a uma exposição colectiva. Resolvi escrever sobre o Dandy, um tema que já me obcecava há algum tempo e os resultados foram, como seria de esperar, variados – alguns literais, outros inspirados, outros inesperados, outros irónicos, outros meramente banais (tudo o que seria de esperar de uma exposição colectiva).

Durante a inauguração, não conseguia deixar de pensar na forma  como esta variedade toda, espalhada pelas paredes brancas de uma pequena galeria tinha sido produzida a partir do meu texto. Muitas ilustrações são feitas de propósito para um texto específico; neste caso, eu escrevi este texto para ser ilustrado, não uma, mas dezenas de vezes. O resultado era fascinante, embora o processo não fosse – sem dúvida – a maneira mais comum de fazer uma ilustração. Mas qual é a maneira mais comum de o fazer? Ou melhor: o que é uma ilustração? Quando é que um desenho começa a ser uma ilustração? Quando deixa de o ser?

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Se o meio é a mensagem…

A New Yorker é das poucas revistas que leio de uma ponta à outra. Se não o faço é mais por falta de tempo que de interesse. Os artigos costumam ser bons; a temática, variada (embora pairando à volta de Nova Iorque); quando não consigo ler mais nada, sobram-me os cartoons. É comum andar com uma na mochila ou debaixo do braço e foi por isso que um amigo meu me comentou que as capas do Jorge Colombo para a New Yorker não tinham jeito nenhum: porque se haveria de valorizar uma ilustração apenas porque foi feita com um iPhone?

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Aquilo que define uma ilustração – por oposição a um mero desenho com um tema literário – é o facto de conviver fisicamente com um texto, evento ou objecto. Uma ilustração é feita de propósito para aparecer nas páginas de um livro ou de uma revista e não para ser um objecto autónomo. Do mesmo modo, um quadradinho numa banda desenhada não funciona por si só, mas faz parte de uma narrativa maior. Expor ilustração e banda desenhada é, portanto, uma tarefa peculiar na medida em que, inevitavelmente, destrói o seu objecto, isolando-o do seu contexto. A relação entre o desenho e o seu tema perde-se.

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Não posters, mas capas de filmes

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Não sei exactamente a data, mas os primeiros DVDs apareceram na Europa há cerca de dez anos, por volta de 1998. Parece que foi há mais tempo, porque, tal como sucedeu com o multibanco ou o telemóvel, os DVDs mudaram, de maneira subtil mas radical, o nosso estilo de vida. Mais do que as cassetes de vídeo, objectos bastante frágeis e maljeitosos, que só se podia ver umas quantas vezes antes de perderem a qualidade,os DVDs consolidaram a transformação de filmes e séries de televisão em objectos de consumo.
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O que se passa com a ilustração?

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No espaço de um mês abriram no Porto duas galerias especializadas, a Dama Aflita, vocacionada para a ilustração de autor, e a Mundo Fantasma, que embora se dedique preferencialmente à banda desenhada, abriu com uma exposição de Marcellus Hall, colaborador da New Yorker, a revista onde qualquer ilustrador daria a alma (e o corpo) para trabalhar. Só isto seria suficiente para compor um bom ano, mas, antes do mês acabar, ainda inaugurou no Maus Hábitos a exposição itinerante de artes gráficas Åbroïderij-ha!, organizada pela Bedeteca de Lisboa Feira Laica, com apoio da Bedeteca e da associação Chili com Carne.

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Bons e Baratos

Um bom exercício para descobrir o litro de leite mais caro do super é ir atrás dos pacotes mais brancos; depois, dos que têm fontes com serifas e, se quisermos o nosso Nestum com leite de primeira, levamos aquele com a forma mais exótica, mais sobre o comprido. Se, pelo contrário, quisermos leite barato, basta usar os critérios que usaríamos para escolher um bom cartaz de circo – muita cor e muitas fontes. Os sinais manifestos de design são, em geral, os mesmos de uma etiqueta de preço bem preenchida.
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Capas, Livros e Viagens

Esta semana, tive de ir a Lisboa em trabalho, o que foi agradável mas cansativo. Entre as reuniões, esperava encontrar alguma coisa nova sobre design na Fnac do Chiado, mas as prateleiras tinham praticamente os mesmos livros que tinha visto na minha última visita, por altura do Natal.

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Alice e as Assinaturas Invertidas

“…E para que serve um livro, pensou Alice, sem figuras ou diálogos.” Esta é uma frase que muitos ilustradores gostam de citar. Como quase todas as frases amplamente citadas, pertence ao primeiro parágrafo de um livro; neste caso, Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll.

Se perguntarem a um ilustrador se já leu a Alice, é provável que ele responda: “Qual delas?”, referindo-se a cada uma das versões ilustradas que surgiram ao longo dos anos. Há Alices Arte Nova, Alices Manga, Alices adultas, Alices para adultos, Alices infantis, Alices Politicas (uma em que o Humpty Dumpty tinha a cara de Richard Nixon), etc. O próprio Carroll ilustrou um primeiro manuscrito parcial, chamado The Adventures of Alice Underground, como oferta a Alice Lidell, a criança que inspirou a personagem. Contudo, para os puristas, os verdadeiros fanáticos, só existe a versão de John Tenniel, autor dos desenhos da primeira edição, em 1865.

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Mário Moura

Mário Moura, blogger, conferencista, crítico.

Autor do livro O Design que o Design Não Vê (Orfeu Negro, 2018). Parte dos seus textos foram recolhidos no livro Design em Tempos de Crise (Braço de Ferro, 2009). A sua tese de doutoramento trata da autoria no design.

Dá aulas na FBAUP (História e Crítica do Design Tipografia, Edição) e pertence ao Centro de Investigação i2ads.

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