The Ressabiator

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Se não podes pô-los a pensar uma vez, podes pô-los a pensar duas vezes

Portugal, Crise, Design

jornal buraco

Se há uns dez anos muito pouca gente (para além dos portugueses) sabia que Portugal existia, agora qualquer pessoa minimamente atenta o conhece. O problema é que também conhece a Grécia, a Irlanda e a Islândia. Portugal é um país que não só está em crise (sempre esteve, de uma maneira ou outra) como é a própria crise, ou pelo menos um dos seus campos de batalha. Quando se escreve um artigo sobre o design num país, numa cidade ou numa década há sempre uma lista comentada de nomes, de designers, de estúdios, de publicações. Neste caso, é preciso ter a consciência que todos eles estão, neste preciso momento, a lidar com uma reestruturação violenta da economia e da própria sociedade portuguesa.

O que tem a crise a ver com o design? Muito. Leia o resto deste artigo »

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Ensino à Distância

Parece que finalmente começa a haver um movimento global de backlash contra a tirania permanente do email. Mais duas amostras: aqui e aqui. O último caso é o de uma professora que decidiu reduzir ao mínimo a troca de emails entre ela e os seus alunos.

Depois de anos a ouvir a fanfarra do ensino electrónico, fico com a sensação que os cursos universitários se transformaram em cursos por correspondência. Estou sempre a receber pedidos de alunos que arranjaram um emprego ou um estágio ou uma mobilidade não sei onde e perguntam se os posso acompanhar por mail. Ora eu tenho centenas de alunos por ano. Não posso andar a fazer acompanhamento personalizado por escrito de todos ou sequer de uma pequena parte. O que se diz facilmente em conversa torna-se muito penoso de fazer via mail.

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Turismo Infinito

Tive um dejá vu quando li esta semana a notícia sobre os turistas italianos a passearem nus durante horas em Barcelona. Por coincidência, quando lá fui da última vez, passei dias a dormir e a viver mal porque o resto do andar do hostel tinha sido ocupado por italianos barulhentos, indiferentes às queixas, que saíam com algazarra às duas da manhã para voltarem ainda mais ruidosos por volta das seis, sete. Berravam uns com os outros como se estivessem numa sala das máquinas. Leia o resto deste artigo »

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Preconceitos

Embora a sinta a zumbir em todo o lado, meto-me cada vez menos na discussão em torno de Israel, da Faixa de Gaza e do resto. Há uns dias comentei um texto do Miguel Esteves Cardoso que defendia Israel com argumentos que me pareciam poder ser usados para defender o Apartheid. Fui lendo os outros comentários e a grande maioria não passava de ataques pessoais – que era um monárquico, que era um beto, que se devia limitar a escrever sobre comida ou sobre a sua mulher. Leia o resto deste artigo »

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Cadernos

Não se trata dos cadernos genéricos que se pode comprar em qualquer papelaria, mas dos cadernos que um designer faz para oferecer aos seus amigos ou clientes, por auto-promoção ou por gosto. Às vezes, são coisas simples, só a capa, o formato ou a cor do papel são “design”, outras vezes, são mais preenchidos, com temas e jogos como um almanaque, datas e utilidades como uma agenda. Alguns chegam a ser experimentais, quase livros de artista, como um caderno pautado com as linhas deformadas vectorialmente que vi na secção de livros experimentais de Fully Booked.

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Jorge Silva


Não foi uma conferência, mas uma coisa mais simples e privada, a apresentação do programa de uma cadeira sobre direcção de arte aos outros professores de um mestrado, mas chegou bem para demonstrar que Jorge Silva é um dos poucos designers portugueses com um discurso articulado e crítico, quer sobre o seu próprio trabalho, quer sobre o estado mais alargado da profissão, a sua história e as suas tendências actuais.

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Alice e as Assinaturas Invertidas

“…E para que serve um livro, pensou Alice, sem figuras ou diálogos.” Esta é uma frase que muitos ilustradores gostam de citar. Como quase todas as frases amplamente citadas, pertence ao primeiro parágrafo de um livro; neste caso, Alice no País das Maravilhas de Lewis Carroll.

Se perguntarem a um ilustrador se já leu a Alice, é provável que ele responda: “Qual delas?”, referindo-se a cada uma das versões ilustradas que surgiram ao longo dos anos. Há Alices Arte Nova, Alices Manga, Alices adultas, Alices para adultos, Alices infantis, Alices Politicas (uma em que o Humpty Dumpty tinha a cara de Richard Nixon), etc. O próprio Carroll ilustrou um primeiro manuscrito parcial, chamado The Adventures of Alice Underground, como oferta a Alice Lidell, a criança que inspirou a personagem. Contudo, para os puristas, os verdadeiros fanáticos, só existe a versão de John Tenniel, autor dos desenhos da primeira edição, em 1865.

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“Arte ou Design? Ou.”

Estavam exactamente noventa e seis pessoas na conferência de Daniel Eatock na Esad de Matosinhos. Este não é um número atirado ao acaso, nem o fiquei a saber por ter contado pela minha própria iniciativa os presentes. Sei-o porque Eatock, no começo da conferência, pôs a plateia a participar num trabalho chamado “cada número dito pelo mesmo número de pessoas que esse número representa” – a primeira pessoa, o próprio Daniel, dizia “um”; Daniel e a segunda pessoa diziam “dois”; e por aí adiante, até às noventa e seis pessoas presentes, em conjunto, dizerem “noventa e seis”. Provavelmente, a ideia foi pôr a plateia à vontade, “incluindo-a” no evento, mas, pessoalmente, a estratégia não me descontraiu – no fim de contas, não havia ali nenhuma escolha: recusar seria uma pirraça embaraçosa; aceitar, foi mero comodismo. No final, toda a descontracção que senti foi por aquilo ter acabado rapidamente.

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Mário Moura

Mário Moura, blogger, conferencista, crítico.

Autor do livro O Design que o Design Não Vê (Orfeu Negro, 2018). Parte dos seus textos foram recolhidos no livro Design em Tempos de Crise (Braço de Ferro, 2009). A sua tese de doutoramento trata da autoria no design.

Dá aulas na FBAUP (História e Crítica do Design Tipografia, Edição) e pertence ao Centro de Investigação i2ads.

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