The Ressabiator

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Se não podes pô-los a pensar uma vez, podes pô-los a pensar duas vezes

Influências: Eros

 

Ontem falei de uma das influências da monumentânea, a TM. Hoje republico um texto antigo sobre outra, a Eros, que me deu vontade de fazer uma revista (ou coisa parecida) de capa dura, um formato mais associado a álbuns de bd e fotográficos e a livros infantis:

Só foram publicados quatro números da revista Eros, entre a Primavera e o Inverno de 1962, altura em que a revista acabou, em grande medida porque o seu editor, Ralph Ginzburg, foi processado por obscenidade e considerado culpado. Não pelo conteúdo “gráfico” da revista, que pelos padrões actuais era bastante mais casta que qualquer revista de supermercado, nem pelo facto de ter tentado enviar a revista através dos correios de terras com nomes como Blue Ball ou Intercourse, na Pennsylvana, decidindo-se finalmente por Middlesex, em New Jersey.

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Liberdade de Expressão

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Desde há anos, quando me perguntam a diferença entre crítica e censura, lembro-me desta imagem. Um partido de extrema direita fez um oudoor a argumentar contra a imigração. Os Gato Fedorento pagaram outro outdoor ao lado satirizando-o com uma mensagem oposta. Entretanto o primeiro outdoor foi vandalizado, a sua mensagem tapada com manchas de tinta. Enquanto a censura apaga, tapa, o que pretende criticar, a crítica soma-se ao que pretende criticar. Não subtrai vozes ao discurso público mas multiplica-as. Se uso este exemplo, é porque, para mim, é um exercício de tolerância. Eu não concordo de todo com a mensagem do outdoor contra a imigração, mas custa-me que se censure em nome de ideais próximos aos meus. Poderá argumentar-se que nem toda a gente tem dinheiro para pagar um outdoor (com uma vaquinha não é assim tão caro) mas há sempre alternativas equivalentes e mais baratas de fazer algo semelhante.

Update (7.7.2018): Entretanto e depois de pensar bastante mudei de ideias. Acho perfeitamente válido que se censurem ou boicotem mensagens de ódio.

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Ajuste de Contas

Dos cortes feitos às fundações, como em todos os outros, fica a ideia de arbitrariedade, capricho e até uma mesquinhez mal disfarçada. O caso mais gritante é ter-se cortado a totalidade do apoio dado à fundação com melhor classificação, a Casa de Mateus, e que se destinava inteiramente a financiar o mesmo prémio que Maria Teresa Horta se recusou a receber das mãos do Primeiro Ministro.

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Ainda mais alguma pachorra

Rui Ramos responde no Público, desta vez a Fernando Rosas. Insiste que o acusam de ser fascista (Loff não o fez; Rosas não o fez; pode-se verificar facilmente isso lendo os textos de cada um). Estive tentado a deixar de ler aí mesmo. No resto do texto, percebem-se imprecisões várias:

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Vestidas para a Guerra

Quando vi as primeiras fotos das Pussy Riot, com as suas máscaras coloridas de lã, lembrei-me logo da origem do termo “Balaclava”, relativamente pouco usado em português mas comum na língua inglesa para designar um gorro que pode ser usado como máscara, para proteger a identificação (é bastante popular entre soldados, polícias ou terroristas) ou simplesmente do frio (também é conhecido como máscara de esqui). Leia o resto deste artigo »

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Quem queima livros…

Aproveito aqui a deixa deste artigo do Montag que, a propósito do Farenheit 451, lembra os tempos em que se queimavam livros em Portugal. Em particular uma história contada por Vítor Silva Tavares* a propósito de como a própria editora queimou quase toda a tiragem do livro Crítica de Circunstância de Luiz Pacheco, por receio de que fosse apreendida pela PIDE, acabando por se salvarem apenas os que foram realmente apreendidos.

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Democracia a 8 Bits

Para quem a defende, a austeridade não parece ser apenas uma doutrina económica mas também discursiva. Não se trata só de empobrecer os bolsos da maioria mas também a sua capacidade de se manifestar em público.

Isso fica bem claro nos apelos frequentes que se tem feito à paciência e ao silêncio, desde Manuela Ferreira Leite com os seus seis meses de suspensão da democracia, até aos seis meses de silêncio pedidos pelo reitor da Universidade do Porto. Se pensarmos que a democracia é o governo através da discussão e que as votações são apenas a parte do processo onde se escolhem os melhores argumentos, pedir silêncio ou pedir a suspensão da democracia é exactamente a mesma coisa.

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A Mesita de Café

Nos intervalos e nas férias vou lendo a biografia de Luiz Pacheco, que é também um grande retrato das condições precárias em que ainda se produz cultura por aqui – sempre à custa de um segundo emprego ou das ligações de família e poder. Tentar uma terceira via, como Pacheco fez, implica pobreza, miséria e marginalização. Viver da caridade, às vezes à custa de ser o bobo da corte ou o bêbado da aldeia.

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O Avesso do Público

Hoje o Público mudou de grafismo. Tal como já tinha escrito por aqui, o regresso a este termo, deixando em segundo plano o design, parece-me uma escolha programática, enfatizando uma preocupação maior com conteúdos, com o comentário, mais do que pela simples notícia que neste momento vai chegar sempre atrasada em relação ao que se pode ler na internet (Rui Tavares, na sua crónica, faz uma boa proposta do que poderão ser as funções de um jornal nestas novas condições).

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O Modo Funcionário de Viver

O título vem de um poema de O’Neill que vale a pena ser lido, por exemplo aqui, a história autobiográfica de dois amantes separados por uma ditadura à portuguesa, que é como quem diz de baixa intensidade, burocrática. Prefere resolver as coisas de mansinho, em privado, em reuniões à porta fechada.

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A Mancha Misteriosa

Olhem com atenção: poderia ser apenas uma nódoa de gordura na borda das páginas de um livro usado, se não fosse também o vestígio arqueológico de uma antiga tentativa, falhada, de dar cabo da própria ideia de livro usado.

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A estética do silêncio

As imagens são pacíficas, quase bucólicas: uma colina de erva quase branca sob o céu cinzento, uma estrada vazia com nuvens negras ao fundo, o pátio de estacionamento de um motel visto da varanda do primeiro andar, uma rua de prédios modernos com um animal de carga e um automóvel muito lá ao fundo, o padrão pintado de faixas, setas brancas, passadeiras no pavimento de uma rua, com sombras de árvores de um dos lados. Em alguns casos, a paisagem é tão familiar que mesmo isolada do acontecimento que a tornou famosa ainda a conseguimos reconhecer – aquele padrão no pavimento é o da praça de Tianamen, foi naquela colina que teria morrido um soldado durante a Guerra Civil Espanhola, sabemos que aquele motel fica em Memphis.

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A Crise da Crítica

Entre as características mais marcantes do design da última década está sem dúvida a proliferação da crítica, da escrita sobre design em geral e da publicação dedicada ao tema. Se há uns trinta anos era perfeitamente possível ir lendo quase tudo o que de melhor e mais marcante se escrevia sobre o assunto, agora a torrente não pára, alimentada por revistas, blogues, catálogos, teses, comunicações, etc.

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Eros, Verão de 1962

Só foram publicados quatro números da revista Eros, entre a Primavera e o Inverno de 1962, altura em que a revista acabou, em grande medida porque o seu editor, Ralph Ginzburg, foi processado por obscenidade e considerado culpado. Não pelo conteúdo “gráfico” da revista, que pelos padrões actuais era bastante mais casta que qualquer revista de supermercado, nem pelo facto de ter tentado enviar a revista através dos correios de terras com nomes como Blue Ball ou Intercourse, na Pennsylvana, decidindo-se finalmente por Middlesex, em New Jersey.

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Cesuras e Censuras, Recortes e Rasuras

Há livros que nos obrigam a reavaliar tudo o que já lemos de um autor e o veredicto acaba por não ser positivo. Tree of Codes, que Jonathan Safran Foer produziu para a Visual Editions, é uma dessas obras que nos fazem, de um momento para o outro, mudar de ideias.

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Crítica e Censura

(via)

Para um projecto do qual não ainda não posso dizer muita coisa (principalmente porque  ainda não sei onde vai levar, nem tenho tido muita ocasião para o ir escrevendo) tenho andado a ler muita coisa sobre censura em Portugal e não só. Conforme me apercebi durante os anos que dediquei à tese, uma das maneiras mais eficazes de ir testando as ideias é ir falando sobre elas em aulas e conferências, usando os textos publicados aqui no blogue para lhes dar alguma consistência argumentativa.

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Mário Moura

Mário Moura, blogger, conferencista, crítico.

Autor do livro O Design que o Design Não Vê (Orfeu Negro, 2018). Parte dos seus textos foram recolhidos no livro Design em Tempos de Crise (Braço de Ferro, 2009). A sua tese de doutoramento trata da autoria no design.

Dá aulas na FBAUP (História e Crítica do Design Tipografia, Edição) e pertence ao Centro de Investigação i2ads.

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