The Ressabiator

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Se não podes pô-los a pensar uma vez, podes pô-los a pensar duas vezes

(Inversões)

(Almoçava hoje no CCB enquanto, invisível no andar de baixo, um quarteto afinava os seus instrumentos, provocando-me imediatamente um ataque de pieguice. Mais que a música é o acto de afinar que me indica a presença quente de música ao vivo e não de uma gravação.)

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“Regabofe de Austeridade”

,podia ser a tradução para este Austerity Binge, escrito nos anos setenta por Bevis Hillier. Dei com ele enquanto lia o England’s Dreaming, de Jon Savage. A austeridade é a do pós-guerra e o regabofe é a histeria revivalista dos anos 50 (Rockers, American Grafitti, etc.) A austeridade de uma época recuperada enquanto excesso e nostalgia por outra, também ela austera.

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Hang the DJ, Hang the DJ, Hang the DJ

Conheci pela Isabel Carvalho, que elogiou muito esta canção sobre o medo, e se queixa (com razão) que os hinos das Manifs são sempre os mesmos. Tive pena de não ver o concerto de Sábado. Eu gosto das canções de Abril, mas tento sempre manter uma distância. O mesmo com o Punk e o resto. Tento perceber o que se pode aproveitar, o que tem mais impacto, o que é mais eficaz. E isso será sempre o que tem a ver connosco e com as nossas vidas. Toda a gente se lembra do refrão – “Hang the DJ, Hang the Dj, Hang the DJ” – mas ninguém se lembra porque deve ser o DJ enforcado: “Because the music that they constantly play / It says nothing to me about my life”

Se é sagrado demais para mudar ou até para ser usado, não serve de todo.

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Verões Quentes

Por temperamento – e talvez preguiça –, não costumava ir de férias, e em especial à praia. Preferia ficar pelo Porto e aproveitar a cidade sem o peso e horário do trabalho. Usar a casa para outras coisas que não preparar aulas e dormir. Agora, depois do corte dos feriados, do subsídio de férias e da guerra geral aos direitos do trabalho, faço questão. É um dever político (e, confesso, sabe bem; apesar de não conseguir largar o trabalho, actualizando o blogue – sempre! – e aproveitando para adiantar algumas coisas que ficaram por fazer).

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Televisão

Sempre que venho ao Algarve nos últimos anos tenho lido os grandes ensaios de David Foster Wallace, que prefiro à sua ficção. Há dois anos li o grande artigo (tanto na extensão como na qualidade) sobre David Lynch, escrito durante a rodagem do Lost Highway, e o seu igualmente grande artigo sobre o equivalente aos Óscares da indústria porno americana.

Agora, ando a ler o seu ensaio sobre televisão (E Unibus Pluram) – o que é atempado por causa de toda a discussão sobre a privatização do serviço público de televisão em Portugal. A tese de Wallace não parece ter muito interesse directo neste debate: ele defende que muita da ficção americana vê a realidade através do filtro da televisão; que a própria televisão vê a realidade através desse filtro; que é assim que se constroem as narrativas, as identidades, etc.

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Outras Modas

É habitual conhecermos certos lugares antes de os conhecermos realmente, porque os vemos em filmes, lemos em livros ou bandas desenhadas. Nova Iorque, Paris, Londres, Barcelona, Lisboa já são quase personagens, alegorias ou figuras de estilo. Algumas cidades especializam-se em simular outras, Nova Iorque e Chicago formam em combinação a ficcional Gotham City. Certas cidades do Canadá podem ser usadas como versões mais baratas de Nova Iorque. Borges admitia que as cidades europeias onde situava alguns dos seus contos não passavam de versões de Buenos Aires.

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Chris Marker 2021-2012

Numa das primeiras vezes que vi La Jetée, foi numa cópia pirata, em CD, o que já data de algum modo a ocasião. Já não uso CDs, nem sequer para música.

Vejo, leio e ouço quase tudo no meu computador. Já só vou ao cinema  quando estou disposto a ver não apenas o filme, mas também a própria sala de cinema, as silhuetas dos outros espectadores, o ruído que fazem mesmo quando se esforçam para estar em silêncio.

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O Texas

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Quando era muito novito, ainda na nesguinha final da década de 1970, os meus pais mudaram-se de Lisboa para Vila Real de Trás-os-Montes, uma coisa que para mim foi traumática.

Da cidade branquinha com semáforos, metro, eléctricos e autocarros de dois andares, do quarto andar em Alcântara com vista para o rio de onde se podia ver sem grande esforço submarinos e fragatas enfunadas a passar por baixo da grande ponte vermelha cujos pilares ficavam quase ao fundo da rua, disto tudo saímos para um apartamentozito numa rua estreita separada por um muro tosco de pedregulhos de um prado seco onde vagueavam umas tantas vacas de grandes traseiros recobertos de crostas castanhas, estaladas, sempre com um bando de varejas a orbitar (desde essa altura que encaro as vacas dos desenhos animados como seres ainda mais mitológicos que um unicórnio). Mais ao fundo, dominando o horizonte, a silhueta em forma de tarte da Serra do Marão.

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Já faz três anos

Faz três anos por esta altura que a primeira edição do Design em Tempos de Crise foi para a gráfica. Já tinha editado antes, mas nunca um livro só com textos meus. Passei o Natal todo a olhar para os dois primeiros exemplares, sem acreditar muito bem como podia ter aquilo ali, tão bonito, na minha mão.

 

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Mário Moura

Mário Moura, blogger, conferencista, crítico.

Autor do livro O Design que o Design Não Vê (Orfeu Negro, 2018). Parte dos seus textos foram recolhidos no livro Design em Tempos de Crise (Braço de Ferro, 2009). A sua tese de doutoramento trata da autoria no design.

Dá aulas na FBAUP (História e Crítica do Design Tipografia, Edição) e pertence ao Centro de Investigação i2ads.

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