Um bom exemplo de como a arte tem convivido mal com a ciência: um ensaio visual sobre graffiti de crítica à austeridade leva à suspensão da revista Análise Social do Instituto de Ciências Sociais. O número em questão já estava impresso e será destruído. Não, não soa nada a censura (claro que não) mas apenas de “garantir a imagem de dignidade” porque não se trata de “um blogue, mas de uma revista de referência”. Porque aquilo tinha linguagem ofensiva e (ai c’orror) não passou pelo processo de “avaliação científica” pelos “pares”.
Até se podia argumentar que há teses sobre o grafiti ou que registar esta forma de expressão enquanto documento é importante porque ela própria é bastante efémera e censurada (veja-se Rui Rio, por exemplo), mas isso só ia reforçar a ideia que a expressão estética só deve ser aceite se devidamente engalanada com os formalismos da ciência.
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A série «Graffiti», do Brassaï, já é de há umas boas décadas. Mas são os textos que a acompanham, escritos pelo próprio, que esses pares talvez devessem ler.
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