The Ressabiator

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Se não podes pô-los a pensar uma vez, podes pô-los a pensar duas vezes

Werner Herzog: Every Man For Himself And God Against All

Nem sei bem o que acabei de ler. É hipnótico. Literalmente. Tem um capítulo dedicado à maneira como Herzog afinou a sua famosa voz através da prática do hipnotismo, que aprendeu para realizar um filme onde todos os actores estavam hipnotizados. É uma memória organizada por temas mas também cronológica embora de um modo onde a infância já anuncia o futuro como se fossem flashforwards. O resultado é uma mitologia pessoal, uma cosmogonia de um homem só, onde se cruzam operas, doenças, desastres, assaltos, todo o tipo de famosos e infames — Bruce Chatwin, Mick Jagger, Oliver Sacks, Tom Cruise e The Mandalorian. No meio da torrente de filmes que fez, recorrem as histórias sobre Fitzcarraldo e Aguirre. Tem reflexões bastante interessantes sobre a natureza da verdade e da mentira. Todo o livro parece balançar entre uma e outra e ao mesmo tempo sendo absolutamente honesto. Herzog fala da verdade como um processo, e de como a «ecstatic truth» é preferível às outras. Este livro é uma grande demonstração disso.

Filed under: Crítica

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