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Se não podes pô-los a pensar uma vez, podes pô-los a pensar duas vezes

Ainda a Bandeira

Tinha-me passado desapercebido, mas o José Maia, um dos programadores já tinha reagido no facebook à situação da bandeira. Fica aqui reproduzido na íntegra:

ESCLARECIMENTO RELATIVO À EXPOSIÇÃO DE PAULO MENDES NO PROJETO 1ª AVENIDA
1. Estava prevista a inauguração, no passado dia 26 de abril, da exposição “Portugal Meteorológico”, no edifício AXA, integrada no projeto “1.ª Avenida”, da autoria do artista e curador Paulo Mendes.

2. De entre as várias peças em exposição constava uma bandeira nacional a preto e branco, intitulada “Portuguesa Monochrome”, já antes exposta no “Laboratório das Artes”, em Guimarães, em fevereiro e março.

3. Como diretor artístico do projeto e um dos curadores da exposição em causa, quando tive conhecimento da existência da peça, sempre pensei que não se levantariam quaisquer obstáculos legais à sua colocação no mastro que se encontra no exterior do edifício.

4. Isto na medida em que, logo aquando da inauguração do projeto, a 19 de abril, foram montadas várias estruturas no exterior do edifício, o que me levou a considerar que toda e qualquer peça que viesse a ser colocada no exterior estaria em conformidade com todas as regras legais e regulamentares em vigor, ou seja, que as autorizações camarárias eventualmente já concedidas abrangeriam este tipo de instalações ao longo de todo o período do projeto “1.ª Avenida”.

5. Quando fui informado pela “PortoLazer” que inexistia autorização camarária para a instalação da bandeira, procurei, junto desta empresa municipal e do artista, encontrar uma solução que harmonizasse todos os interesses em causa, sem ferir a liberdade de criação artística por que sempre pugnei e continuarei a pugnar.

6. Foi avançada a hipótese de a instalação se manter pelo menos até dia 3 de maio, período dentro do qual se trataria do processo legal para a respetiva autorização, com a possibilidade de a obra se manter mesmo até ao final da exposição.

7. Outra hipótese aventada foi a de, provisoriamente, até à concessão da autorização, a bandeira ser colocada no interior da sala destinada aos demais trabalhos de Paulo Mendes.

8. Foi ainda sugerida a realização de uma sessão para discutir todas estas questões, uma vez que sempre entendi o edifício AXA e o projeto 1ªAVENIDA como espaços de liberdade. Poder-se-ia, assim, transformar estes acontecimentos num encontro de natureza pedagógica e construtiva, já que entendo as obras de arte também como objetos reflexivos, convocando diversos saberes.

9. O artista, dentro da liberdade artística que só a ele cabe ajuizar, entendeu, porém, que todo o seu projeto estaria em causa se não fosse assegurado, desde o início da exposição, que a bandeira se manteria no exterior até à data em que a dita exposição encerra ao público.

10. Como tal garantia não estava em condições de ser prestada naquele dia 26 de abril pela “PortoLazer”, Paulo Mendes decidiu que não faria sentido apresentar as demais obras que preparara e abandonou o projeto.

11. Fê-lo na consciência de que apenas assim estava a ser fiel às suas convicções e aos objetivos que traçara para a sua intervenção no projeto, posição que respeito em absoluto.

12. Na minha qualidade de diretor artístico, como me competia, sempre procurei servir de mediador entre os interesses contrastantes em presença, muito lamentando o facto de tal não se ter mostrado, a final, possível.

13. Reafirmo o meu total comprometimento com a liberdade de criação e exteriorização artísticas, de que tenho dado várias provas ao longo da minha carreira como artista e curador.

José Maia
29 abril 2013

Filed under: Crítica

2 Responses

  1. Porque especulações se fazem sempre, é bom saber as razões.

  2. […] Entretanto já houve uma intervenção por parte de um dos programadores. No que diz respeito à necessidade de autorização para colocar […]

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