Só mais uma achega, grande demais para incluir no texto anterior sobre o cacilheiro de Joana Vasconcelos. Pelos vistos também pertence a um género de “arte política” muito em voga, que consiste em agarrar na ruína de qualquer coisa política, social ou popular, transformando-a numa coisa bonita, gurmê, de luxo.
“O cacilheiro é o barco dos trabalhadores, o barco das pessoas, e é o meio de transporte que há mais tempo faz a união entre as duas margens do Tejo em Lisboa.”
E assim agarra-se nos destroços de um transporte público e leva-se a coisa para Veneza para servir de quiosque gurmê, business center e salão de Fado flutuante. Nada melhor para monumentalizar as políticas deste governo: um empreendorismo saloio sustentado por um discurso que louva a austeridade e a pobreza mas que só as pratica depois de bem forradinhas a luxo.
Filed under: Crítica
eu rio-me à gargalhada, apenas num acto consciente e assumido de recalcamento, sobre a deprimência que esta joaninha e este governo provocam.